Os desafios da (IOT) Internet das coisas no Brasil

A internet colocou em um novo patamar nas relações humanas, ela nos mostrou durante esse “pequeno” período de existência o grande potencial que representa na economia mundial. Regularmente, pesquisas são realizadas a respeito da internet em todo o mundo, entre elas destacarei informações sobre a situação da internet no Brasil.

O número gigantesco de usuários, “agora com o uso do WhatsApp atingindo até as pessoas que não costumavam acessar a internet frequentemente” confirma a importância da internet como uma ferramenta de comunicação e entretenimento para os brasileiros.

Segundo Janette Shigenawa, diretora do IBOPE, éa demonstração de que há, no Brasil, um público relevante consumindo, interagindo e comentando informações sobre as marcas e os produtos nesse novo mundo digital. É a massificação do acesso e o processo de democratização da informação, cultura e educação.

Esse rápido desenvolvimento da Internet e seus serviços institucionalizaram uma infraestrutura digital de comunicações e criaram uma nova dimensão nas relações sociais, além da sua influência nos aspectos mais relevantes da vida humana faz com que a torne um importante tema nos debates sociológicos, filosóficos e políticos contemporâneos.

E não param de surgir novos usos para a Internet, que vão além da conexão entre pessoas e/ou computadores. Assim esse processo não para de crescer, e estamos caminhando para a web da interação, a internet invisível, a internet das coisas.

Com a diminuição dos processadores, novos materiais e fontes de energia alternativas, aos poucos, os mais diversos objetos passarão a comunicar-se entre si, controlarão e serão controlados a distância, essa produção e emissão de informação, é fenômeno que ganhou o nome de Internet das Coisas ou IoT, abreviação de Internet of Things.

Sobre as interações na internet

Atualmente, a maior parte das interações na Internet é realizada entre seres humanos, no entanto, qualquer “coisa” poderá ser endereçada na rede. As comunicações serão concebidas não apenas entre humano, mas também entre humanos e coisas e entre coisas e sem a interação com seres humanos.

Graças ao paradigma IoT, estima-se que uma grande quantidade de objetos estarão conectados à internet, se tornando os maiores emissores e receptores de tráfego da rede. Esses objetos podem ser quaisquer dispositivos, tais como eletrodomésticos, pneus, sensores, atuadores, telefones celulares, entre outros, que possam ser identificados e interligados a internet para trocar informações e tomar decisões para atingir objetivos comuns.

Pensando em toda essa usabilidade, vêm surgindo iniciativas envolvendo grandes empresas de tecnologia para unificar a Internet das Coisas. Dell, Intel e Samsung, são exemplo de empresas que uniram-se para padronizar as conexões, eles pretendem criar um protocolo comum para garantir o bom funcionamento da conexão entre os mais diversos dispositivos.

No Brasil, o escritório do W3C, responsável pela criação do World Wide Web, a navegação padronizada por browsers, busca difundir a ideia de Internet das Coisas. O órgão é ligado ao Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). Mas além dos beneficio que o IoT trás, ela também revela ainda alguns desafios.

Mudança de Protocolo

O grande aumento na quantidade de dispositivos conectados à internet irá estimular uma série de desafios a serem solucionados, pois não está preparada para aguentar a intercomunicação de tantos dispositivos heterogêneos, já que nem os serviços de Internet nem os protocolos de comunicação utilizados atualmente foram pensados para este fim. Essa nova etapa exige cada vez mais disponibilidade de números de IP, para o encaminhamento de dados entre dispositivos.

O protocolo IPv4, já tem mais que 95% de seus endereços alocados, o que tornou um obstáculo a ser superado.

As primeiras iniciativas para a resolução deste problema se deram em 1992 com o Grupo IP Next Generation (IPng), onde iniciou-se um trabalho em prol deste novo protocolo. A partir desta avaliação em 1996 foi fa primeira versão do IPv6, mas sendo oficializada apenas 1998 pela RFC 2460.

Esse novo protocolo é fruto do IETF — Internet Engineering Task Force, comunidade internacional preocupada com a evolução da arquitetura da internet — para desenvolver uma a nova geração do IP’s com o objetivo de substituir o IPv4.

Este novo protocolo atenderá a falta de endereçamento do IPv4, com ele o mundo será conhecido como a era da “Internet das Coisas”, teremos possibilidades de conexão para todos os dispositivos eletrônicos e tudo isso será possível sem preocupações de limites de IP, pois haverá disponibilidade para qualquer dispositivo que precise estar conectado à internet.

Desafios da Internet das coisas no Brasil

Embora o Governo Brasileiro mostre estar atento ao potencial da Internet das Coisas e seu desenvolvimento, este processo ainda segue as escuras, este assunto é de interesse para as operadoras de telecomunicações.

Os incentivos do governo aos serviços M2M (machine to machine) são importantes, mas não são suficientes. É preciso pensar, entender quais são os motivos por que isso ainda não decolou com a força desejada.

Até a esperada desoneração das comunicações máquina a máquina, prevista em Lei resiste para ser realizada. O Decreto nº 8.234, de 2 de maio de 2014 depende ainda de uma Portaria do Ministério das Comunicações. “Para fins do disposto no art. 38 da Lei nº 12.715, são considerados sistemas de comunicação máquina a máquina os dispositivos que, sem intervenção humana, utilizem redes de telecomunicações para transmitir dados a aplicações remotas com o objetivo de monitorar, medir e controlar o próprio dispositivo, o ambiente ao seu redor ou sistemas de dados a ele conectados por meio dessas redes.

Os países estão com programas de 20, 30 anos para dar conta dessa realidade e usar como ferramenta para solução de seus problemas. É uma tecnologia de futuro, mas é urgente uma decisão agora.

O primeiro passo para a evolução dessa tecnologia é a transição efetiva para o novo sistema de endereçamento na rede mundial, o IPv6, pois precisamos ter como suportar toda esse numero de dispositivos conectados, essa mudança aumentará a demanda por profissionais qualificado, pois atualmente o número de profissionais no mercado ainda é pequeno, esse é mais um dos desafios que serão enfrentados neste processo.

A Internet das Coisas já é uma realidade, mas temos muito desafios pela frente, os próximos anos serão decisivos para a conceituação da Internet das coisa, para um país conectado através desses novos dispositivos.

Referências

Anatel, Decreto nº 8.234, de 2 de maio de 2014.

ATZORI, L.; Iera, A.; Morabito, G. The Internet of Things: A survey, 2010. Computer Networks 54 (2010), p. 2787–2805.

GABRIEL, M. Marketing na era digital: conceitos, plataformas e estratégias.

GROSSMANN, Luiz. Brasil ainda longe de uma política para Internet das Coisas.

KRANENBURG, R. The Internet of Things: a critique ambient technology and the all-seeing network of RFID. Amsterdã: Institute of Networks Culture, 2008.

MIORANDI, D., Sicari, S., Pellegrini, F. D., e Chlamtac, I. (2012). Internet of Things

Revista .br Publicação do Comitê Gestor da Internet do Brasil Ano 2, 2010

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